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segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

Brasil Desconhecido


        São Paulo,  SP - Mais de 12 milhões de habitantes.

Apesar dos pesares, dos desmandos, da corrupção e dos canalhas que são eleitos por um povo, cujo analfabetismo político ainda é a tônica, venho trazer algumas informações sobre esse Gigante, ainda adormecido, Mãe tão generosa, cujo retrato apresentado pela grande mídia internacional só nos envergonha, mas não mostra o que é realmente este País.


        Recife - PE - mais de 1.600 mil habitantes.

Ainda nos anos 70, o Brasil começou aparecer entre os 10 países mais industrializados do Mundo, no chamado Milagre Brasileiro, apesar de todos os mandos e desmandos que desde a descoberta deste País aconteceram, este país, mesmo assim conseguia a muito custo desenvolver-se. Durante o período colonial o Brasil não só era saqueado por Portugal, mas também pela Inglaterra, França, Holanda (Países Baixos) e também pela Espanha, já que a esta pertencia a maior parte do território do hoje Brasil.

         Assim  se colhe e planta.


Apesar de todos os erros, planos econômicos desastrosos e da roubalheira impregnada em todos os seguimentos desta Pátria, por ser um país extremamente rico e grande, consegue mesmo assim, avançar é quase como dizia Wladimir Lenin, “um passo em frente, dois passos atrás”, mas eu diria “dois passos em frente e um atrás”.



          Porto Alegre - RS - 1.500 mil habitantes.

Tivemos nos governos que sucederam à Ditadura Militar, verdadeiros desastres econômicos nos governos de José Sarney e de Fernando Collor de Mello, sendo que esse último sacou todo o dinheiro que o povo tinha nos bancos, deixando apenas, na época, o máximo cinquenta dólares por conta. Um assalto vergonhoso oficializado por um governo imoral. Deposto o Presidente Collor, seu Vice Itamar Franco, um homem quase que desconhecido da grande massa instituiu o Plano Real, para tentar estancar a inflação que penalizava a população menos favorecida. Foi pela primeira vez na Republica que tivemos um plano audacioso e que teve muito sucesso, estabilizando a economia e que deu aos seus sucessores Fernando Henrique Cardoso, Luís Inácio Lula da Silva (Luís, pois a regra da língua portuguesa do Brasil permite em documentos não oficiais esta correção) e mesmo, no primeiro mandato de Dilma Rousseff um alívio o que fez o Brasil, aos poucos avançar na economia e sair do abissal caos, já que no segundo mandato dela o Brasil quase parou, entravado pelos nossos Deputados e Senadores que já articulavam o Golpe Parlamentar.


Mesmo nestes períodos os maus brasileiros continuavam a saquear a Mãe tão distraída.



          Hidrelétrica de Belo Monte.- Altamira - Pará

Hoje, apesar deste Governicho de Temer o País avança em vários setores, o que é uma coisa ainda desconhecida, principalmente fora do País, pois o que a grande mídia mostra é apenas o atraso que muitos ainda vivem, casebres, malocas e favelas.




        Hora da ordenha - em 15 minutos o carrossel faz uma volta.

Entretanto há dentro do País uma verdadeira revolução em vários setores, principalmente no Agronegócio, que a cada ano se supera, o que faz com que a Indústria avance de forma acelerada. Porém continuamos a ser um país, apesar de ser a oitava economia mundial, ficando atrás apenas de estáveis economias como a dos EUA, China, Japão, Alemanha, França, Reino Unido e Itália, um país que se desenvolve a passos largos.

      Hidrelétrica de Itaipu - seus vertedouros despejam
          mais água que as Cataratas do Niágara


Lembrando que das cinco maiores hidrelétricas do mundo, três estão no Brasil. Sendo a maior a maior a de Três Gargantas, na China; Itaipu, no Brasil; Belo Monte, no Brasil; Guri, na Venezuela e Tucuruí também no Brasil. 


              Colhendo soja no Mato Grosso

Mas é no setor do Agronegócio que o Brasil desponta como o segundo maior produtor de soja do mundo, prevendo-se que em um ano ultrapassará a produção americana, possui o segundo maior rebanho bovino do mundo, com mais de 230 milhões de cabeças de gado, perdendo apenas para a Índia. É também o maior exportador mundial de laranjas, café, soja, carnes de aves e açúcar

            Colhendo algodão, também no Mato Grosso.

O Brasil é o quarto maior produtor de algodão do mundo, ficando atrás da Turquia, Austrália e Uzbequistão, mas na frente dos gigantes EUA e China É o Brasil o segundo maior exportador de milho, e também o segundo maior exportador de carne de frango, ficando a frente da União Europeia e da China.

          Embraer uma das fábricas de Aviões Brasileira.


Além de termos inúmeras fábricas de automóveis, somos o quarto maior exportador de aviões, ficando a nossa Embraer atrás apenas das históricas Boeing, Airbus e Banbardier, porém não só a Embraer fabrica aviões, outras empresas são responsáveis por fabricarem diversos tipos de aviões como a Novaer, ACS Aviation, Seamax, Impaer, Volato e outras.

       A maior locomotiva elétrica do Mundo - Santos a São Paulo.


É no Brasil que circulam as maiores locomotivas elétricas do mundo, ligando o Porto de Santos à Gigantesca São Paulo, megalópole com mais de doze milhões de habitantes. Quando da entrega da primeira e gigantesca locomotiva de fabricação suíça, o Engenheiro que fez essa entrega surpreendeu-se que havia um vastíssimo parque industrial que para ser alcançado teve que atravessar uma imensa floresta, mal sabia ele que aquilo que ele achou ser uma floresta nada mais era que parte da Mata Atlântica, obviamente aquela pequena parte da Mata Atlântica cobriria quase toda Suíça, porém não é uma floresta, mas muitos estrangeiros pensam tratar-se o Brasil de um país selvagem, cheio de índios antropófagos composto de ocas e casebres, desconhecendo as grande e belas cidades deste país que possui mais de cinco mil municípios e de uma população que ultrapassa 210 milhões de indivíduos, das mais diferentes origens, aspectos, cores e tamanhos.



                  Brasília a Capital Federal - 2.500 mil habitantes.

Ainda no fim do Século passado um grupo de Oficiais Superiores da Polícia Militar do Rio Grande do Sul, aqui chamada de Brigada Militar, composto de Majores, Tenentes-coronéis e Coronéis, em uma viagem de estudos por Portugal, França e Itália, foram, quando estavam em Paris visitar uma guarnição da gendarmeria francesa e um Coronel brasileiro perguntou a um oficial dessa gendarmeria (Gendarmerie Nationale Française) se eles  tinham conhecimento do que acontecia em suas fronteiras do além mar, em instantes.

        Brigada Militar - A Polícia Militar do RS


O Oficial francês informou garbosamente que sim, e que tinham atualizadas quaisquer informações de algum acontecimento nessas fronteiras, dando como exemplo que naquele instante três indivíduos de tipo brasileiro haviam atravessado a fronteira do Amapá com a Guiana Francesa.


De imediato um dos Oficiais brasileiros perguntou:


- O que é “tipo brasileiro”?


E os franceses em frente a homens grandes, fortes, altos, claros, alguns loiros de olhos azuis, ficaram embasbacados, pois para eles o tipo brasileiro seriam homens baixos, atarracados e de pele escura, tipo bem tradicional de nossos índios da Amazônia, pois homens de florestas são geneticamente mais baixos e atarracados. Foi para eles um momento constrangedor, pois não há um tipo brasileiro, pois o Brasil é um país multirracial, tendo tipos completamente diferentes em cada Região ou Estado.


Este é o Brasil desconhecido da maioria dos estrangeiros e de muitos brasileiros.



A todos um belíssimo Natal.

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quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Um Herói Anônimo.



A história que passo a relatar me foi contada há muito tempo envolvendo um conceituado, prestativo e competente, na época, Primeiro-Sargento Enfermeiro do Exército.


Apesar de não mais viver e seu ato estar prescrito por Lei, o faço como uma homenagem póstuma, pois sua atitude foi louvável o que merecia uma medalha de honra, porém, por outro lado, poderia responder extenso processo, ter sido expulso do Exército e pegar uma pena dura em alguma penitenciária, caso sua atitude tivesse tomado outro rumo.

Como não consultei suas filhas, que para a nossa alegria ainda vivem na cidade de Santa Maria da Boca do Monte, não vou identificá-lo, apenas usarei WL, no lugar de seu nome, pois acho que esse seria o desejo dele. Ficar no anonimato.

             Formação Sanitária - Foto atual.

Estava o Primeiro-Sargento WL de serviço em uma manhã de domingo, no final dos anos 1950, junto à chamada Formação Sanitária do Arsenal de Guerra, na cidade isolada, na época, de General Câmara. Naqueles idos as únicas vias de acesso àquela pequeníssima cidade, popularmente conhecida ainda como Margem, davam-se pela Antiga Ferrovia, atendida pela VFRGS, Viação Férrea do Rio Grande do Sul ou através da rede fluvial, pelo, na época piscoso Rio Taquari, lanchas e barcos demorados e sem pontualidade.


Naquela manhã, daquele fatídico domingo deu entrada àquela Formação, único posto de atendimento médico que até então existia na cidade, um Funcionário Civil de tal Arsenal, com sua filha, uma menina de 17 anos, mal e contorcendo-se em dores.


Rapidamente atendida pelo Primeiro-Sargento Enfermeiro, esse constatou tratar-se de um processo avançado de infecção no apêndice, prestes a romper-se, o que levaria a menina a óbito.


Diante daquela situação emergencial e tendo o Médico Militar, naquele final de semana, viajado para Porto Alegre mandou um Soldado Fuzileiro, que prestava o seu serviço de guarda, naquele dramático domingo, a toda pressa ver se o Médico Civil encontrava-se em casa. O soldado em minutos voltou, esbaforido, informando que tal médico estava também ausente da cidade.

Imenso dilema.

Imediatamente mandou o mesmo soldado, de posse de uma bicicleta ir às casas de dois Sargentos Enfermeiros, menos graduados e de um também Cabo Enfermeiro e os convocassem em “UU”, expressão militar para Urgência Urgentíssima - à uma reunião naquela Formação.


De imediato os três apresentaram-se correndo, ao Primeiro-Sargento WL e esse expôs a situação dramática da menina, pois se tentassem removê-la para outra cidade demandaria tempo e tempo eles não tinham.


Após consultar a cada um sob a necessidade de operar a menina, coisa que naquela época era um procedimento muito invasivo, ambos concordaram. Seria ele o responsável pela operação e pelas consequências que pudessem advir daquela ação emergencial, para qual era imprescindível a presença de um Cirurgião.


O Primeiro-Sargento WL, novamente assegurou aos demais que ele seria o único responsável se algo saísse do controle e a menina viesse a óbito e que “ordem dada é ordem cumprida”, mas que ficaria condicionada à consciência de cada um e que ambos ficassem despreocupados, pois ele era o mais graduado e chamava para si toda a responsabilidade.


As duas praças e a praça-de-pré, imediatamente concordaram sem hesitar. 


Todos, à disposição do Primeiro-Sargento, correram para o pequeno e mal equipado bloco cirúrgico e em minutos estavam prontos para aquela aventura inusitada.


Trouxeram a menina, prepararam-na e o experiente Enfermeiro, sem demora começou a abrir o abdome da enferma, após devidamente anestesiada e com suas precisas mãos fez tal procedimento sem nenhum erro, retirando o apêndice já a ponto de romper-se.

Sucesso!

Ali a menina ficou sendo acompanhada minuto a minuto por ele e por outro Sargento que se dispôs a ficar após a cirurgia.


Abraçou o outro Sargento e o Cabo e agradecendo pela camaradagem, pediu que os mesmo permanecessem em casa à disposição de alguma emergência. Ambos foram após o procedimento e ele e o outro Sargento, um Terceiro-Sargento permaneceram constantemente ao lado da menina que se recuperava.


Na manhã seguinte, segunda-feira, apresentou-se de imediato, ao Capitão Médico, que havia voltado da Capital e a esse informou o que havia feito. O médico estarrecido foi imediatamente ao bloco cirúrgico examinar a menina que lá ainda se encontrava. 


Ao lado do leito olhou sisudamente ao Primeiro-Sargento Enfermeiro, desse se aproximou e inesperadamente o cumprimentou com um forte aperto de mãos. Mas disse ao Sargento WL que aguardaria mais 24 horas para dar seu veredicto.


Na terça-feira, a menina já devidamente recuperada e sadia, foi novamente examinada pelo Capitão Médico, que ao constatar a recuperação excepcional da jovem, que esteve as portas da morte, disse ao Sargento WL:

- Traga-me toda a documentação desta intervenção.

O Sargento WL trouxe até a mesa do Capitão Médico e esse, sob o seu olhar, assinou toda a documentação, chamando para si a responsabilidade.


O pai, devidamente informado, manteve o segredo e muito agradecido ficou ao corajoso Sargento Enfermeiro. Mas como de praxe o segredo vazou, porém ficou restrito a um pequeno grupo familiar, que em virtude de um casamento passamos a dele fazer parte.


Devido ao alto conceito daquele hábil e competente Primeiro-Sargento Enfermeiro o caso encerrou-se ali e ele aliviado e feliz ficou com o dever cumprido e com uma vida, por suas hábeis mãos, salva.


Um herói corajoso que ficou no anonimato.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

Português ou Brasilês?




Costumo cometer pequenos deslizes quanto ao escrever, coisas que acontecem por falta de atenção ou digitação. Muitos erros por mim cometidos são feitos na ânsia de ver publicados meus “posts” e não sou um experto (aportuguesado da palavra inglesa expert) da língua portuguesa do Brasil, visto que minha formação não é da área de letras, porém devido à leitura de milhares de livros, vão sendo assimiladas as diferentes formas de escrever, pois temos muitas palavras que são escritas da mesma forma e tem sentidos diferentes ou palavras diferentes que tem o mesmo significado.

MORRO:acidente geográfico, elevação, pequena montanha.
MORRO: verbo morrer.

Eu morro

Tu morres

Ele morre


LEVE: coisa com pouco peso.
LEVE: verbo levar.

RIO: curso d’água.
RIO: verbo rir.

SÃO: com saúde.
SÃO: verbo ser.
SÃO: santo.

Palavras cujas pronuncias são iguais e a grafia e o sentido são diferentes:

SEÇÃO: departamento, parte. A loja é dividida em seções.
SESSÃO: Reunião. Concerto musical. Sessão de cinema.
CESSÃO: Ato de ceder. Renunciar, concordar.

CAÇAR: ato de apreender, capturar ou matar um animal.
CASSAR: ato de suspender, anular ou revogar direitos políticos, mandatos e licenças.


Aproveitando a deixa, a palavra MANDATO, que significa incumbência, aquilo que se está encarregado, desempenho, missão de uma representação ou delegação (MANDATO PRESIDENCIAL e outros), é muito confundida com MANDADO que é um ato escrito, emanado por uma autoridade pública competente, judicial ou administrativa determinando a prática de ato ou diligência, como o MANDADO de prisão.

Porém o que é deplorável são os erros cometidos publicamente o que nos passa a impressão de estarem certos. O que é um verdadeiro assassinato da língua portuguesa do Brasil.

         Grandes empresas também cometem seus erros.

O caso mais comum acontece por conta de quem não deveria errar, como Supermercados, Restaurantes e Empresas de Alimentação, que grafam a palavra Muzzarella, de origem italiana, portanto estrangeira, não respeitando a regra da língua portuguesa que diz textualmente que o Z duplo italiano, passa para o português como Ç. Portanto Muzzarella obrigatoriamente deveria ser escrito MUÇARELA, a mesma regra deveria ser aplicada também à PIZZA, porém por constrangimento, grafa-se da mesma forma italiana, PIZZA, já que escrita com Ç se entenderia como a genitália masculina, mas errado não estaria. 



                  Só chorando. Mas nenhuma acerta.

Parece-nos estranha essa forma de escrever, pois se habituou a escrever errado MUSSARELA, que pelo uso e costume parece-nos correto. Procurei por uma empresa que tivesse a sensibilidade de GRAFAR corretamente o tipo de queijo – MU – ÇA – RE – LA, porém e vergonhosamente não encontrei nenhuma.

É o fim da várzea!

Novamente vou lembrar que palavras, tanto africanas como indígenas, devem usar o Ç no lugar de SS, como miçanga, paçoca e outras de origem africanas ou como açaí, Canguçu, Bataguaçu e milhares de outras que são de origem Tupi-guarani.



Assim como o X no lugar do CH, portanto a bela Erechim, palavra de origem Caingangue, que quer dizer campo pequeno deveria ser Erexim.


No Uruguai se escreve Chuí (Tchuí), a regra é deles, porém do lado de cá deve ser escrita com “X”, Xuí, como já encontramos em dicionários e mapas. Mas meu computador esta me corrigindo, mandando escrever com CH. Esta doeu, assim como essa porcaria corrige o muçarela, e isto que é um dos mais modernos.


O J no lugar do G, em palavras de origem Tupi-guarani, como jirau, jiboia, jerimum (do Tupi, yurumum que quer dizer abóbora) e centenas de outras palavras indígenas usadas frequentemente no Brasil, porém desconhecidas nos países lusófonos. Lembrando que no Brasil há mais de 160 línguas indígenas que hoje ainda são faladas.


As palavras indígenas são absolutas em nomes de rios, montanhas e outros acidentes geográficos, além de nomes de animais e principalmente em nomes de infinidade de plantas.


Surpreendeu-me que há bem uns quinze anos um dicionarista lançou ao mercado um dicionário de palavras indígenas com todas as palavras grafadas com SS. Esqueceu o especialista que a regra manda escrever com “Ç” (cê-cedilha). Pasmem-se, mas o dicionarista é no mínimo um doutor em línguas. 


Lembrete: Há no Brasil uma infinidade de mulheres com o nome Jussara, porém esse nome é de origem indígena, que significa uma determinada palmeira, sendo assim deveriam grafar como JUÇARA.


Uma coisa sempre me chamou a atenção e motivou muitos e acalorados debates, foi o nome da Cidade de Bagé. Se a regra diz que em palavras indígenas deve ser usado o J no lugar do G, porém mesmo com muitas teorias caímos na vala comum, pois se o nome Bagé, vem de Ibayé, que foi transformado em Ibajé, donde surgiu Bagé. Mas deveria ser Bajé. Óbvio está que pela tradição é hoje impossível acertar o que está errado, assim como Mogi das Cruzes, que deveria ser Moji das Cruzes, município do Estado de São Paulo. Moji significa em Tupi, Rio da Cobra – M’boiji. Já M’boitatá, passou para boitatá e quer dizer cobra de fogo. M’boi guaçu, significa cobra grande, porém sem entenderem ou não saberem da pronúncia indígena a maioria absoluta dos meus queridos irmãos paulistas, dizem eme-boi-guaçu, já que é o nome de uma conhecidíssima avenida, do jardim Aracati, (vento forte que sopra do mar e pinha silvestre) em São Paulo, inclusive assim pronunciada por grandes apresentadores de telejornais. Este M deve ser pronunciado com tamanha sutileza, como se fosse engolido na hora de ser pronunciado, difícil de falar, como de entender.

Sem pronunciar o primeiro E do EME e pronunciando o segundo como um “I” sumido, seria um Miboiguaçu, engolindo este “I” que vem entre o M e o B.

Gosto muito de acertar os ponteiros e cometer menos erros possíveis, nesta que é uma das mais difíceis línguas, pois, principalmente para alguns estrangeiros pronunciarem o ÃO, de pão, sabão, cão, ladrão (e aqui tem muitos), é muito difícil, além de que o português do Brasil, tenha sido muito modificado, em nuances, malemolências e gingados típicos dos brasileiros, temos ainda a cultura Africana que inundou o Brasil de novas palavras, assim como a de nossos Índios, que enriqueceram muito, não só no nosso jeito de falar como contribuíram com milhares de palavras.


Muitas outras palavras sofrem com o desconhecimento e tornam-se neologismos:

Estada: É o tempo que alguém fica em um hotel ou lugar.
Estadia: É o que paga um navio ao porto por nele aportar.

Entretanto hoje é comum ouvir “estadia” para custos de hotel ou hospedarias, o que com o tempo será, se já não foi dicionarizada.

Só para lembrar. O feminino de hóspede pode ser também, hóspeda. 

Porém se viajarmos pela Wikipédia, vamos ter infartos após enfartos, lembrando que a Academia Brasileira de Letras regista como corretas as palavras Infarto, infarte, enfarto e enfarte.

Encontramos em muitos “sites” palavras que são um verdadeiro esganamento (ato de esganar), para não dizer outra coisa, de nosso idioma como o exemplo abaixo, que usaram (eu não acredito) a letra Ç (cê-cedilha) antes da letra “I”.

Veja e acredite se quiser, pois escreveram Perícia com cê-cedilha, e “Médica” sem acento:

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E não me venham com nhenhenhém!


E pelos erros e costumes vão surgindo os chamados neologismos e esses com o tempo passam a ser considerados corretos e até dicionarizados, lembrando aqui que a língua portuguesa do Brasil tem por volta de 500 mil palavras, ou bem mais, pois usamos centenas e centenas de palavras de origem Africana ou Tupi-guarani que são desconhecidas em Portugal, porém aqui são usadas costumeiramente, pois são de domínio público.


Lembrando que a maioria dos jovens brasileiros se comunica com parcas quinhentas palavras.


Vejamos algumas que a maioria dos brasileiros fala corriqueiramente sem saber suas origens. Óbvio está que a maioria é totalmente desconhecida em países como Portugal e Timor Leste, principalmente as de origem indígena e aí se espraia pelos países africanos de língua portuguesa.

Africanas:
Acarajé: Bolinho de feijão.
Agogô: Dois sinos de ferro usado com instrumento musical.
Angu: Como era bom o mingau de farinha arroz, trigo ou mandioca.
Banguela; Com falta de dentes.
Búzio: Conchinhas.
Cacimba: Poço cavado para obter água potável.
Cafundó: Lugar muito longe, afastado.
Candonga: Conversa. Intriga. Fofoca.
Canjica: Milho cozido doce ou salgado. Angu de milho verde.
Dengo: Manha. Esta criança é cheia de dengo.
Exu: Deus.
Fubá: Farinha de milho.
Iemanjá: Deusa das águas.
Jiló: Fruto amargo, mui apreciado na culinária brasileira.
Macumba: Religião.
Miçanga: Adorno de vidro.
Moleque: Menino.
Muamba: Contrabando.
Senzala: Alojamento.
Vatapá; Comida muito boa feita com pão, camarão e condimentos.

Tupi-guarani:
Abaetê: Pessoa boa, honrada, de palavra.
Açai; Fruta muito consumida no Brasil.
Açu: Gande.
Aguapé: Plantas que flutuam n’água. (muito usado no RS).
Amapá: Espécie de árvore.
Anauê: Salve. Cumprimento. Olá.
Apoena: Aquele que enxerga longe.
Arapuca: Armadilha.
Arara: Ave grande.
Awaré: Avaré, cidade de São Paulo, significa Homem Amigo.
Baquara: Esperto. Sabido.
Baiquara: Os Gaúchos da Fronteira Oeste do RS usam para se referirem a
um idivíduo tonto, sem cultura, sem trato social.
Canoa – Embarcação a remo.
Capim. Mato fino de folhas delgadas – grama.
Carioca: Casa de branco.
Curumim; Menino, (RS - Piá. Mandinho).
Guará. Ave pernalta – Também se diz do Lobo Guará.
Iguaçu (Cataratas do Iguaçu); Água grande. Rio muito grande.
Iracema: Nome feminino que quer dizer lábios de mel.
Jabaquara; Distrito de São Paulo. Significa Rio do Senhor do Voo.
Kaá (Caá): Mato. Donde vem os nomes de cidades como Caarapó (MS) São
Sebastião do Caí (RS).
Manauara: Gentílico de Manaus, capital do Amazonas.
Mandioca: Aipim (Manihot esculenta – Manihot utilíssima).
Nhenhenhém: Tagarelice. Não me venhas com nhenhenhém.
Onça: Aquela que mata num pulo (salto). Maior felino das Américas.
Oca: casa de índio. Cabana.
Tiririca: Erva daninha.

Fora essas centenas de palavras de origem africanas e indígenas, dicionarizadas ainda temos milhares de palavras não dicionarizadas em cada Estado, Região ou microrregião do País, lembrando que há vários dicionários somente de Gauchês, contendo centenas e centenas de palavras que são desconhecidas dentro do Brasil, quiçá nos demais países lusófonos e há também um dicionário próprio de Porto Alegre. Chamado de “Dicionário de Porto-Alegrês”, de Luís Augusto Fischer.



Lembrando que Luís deve ser assim escrito, pois sua raiz está no nome latino (romano) Aluísius. Aluísius.

Imaginem um quera buenacho, pau-ferro, meio taura, melenudo, com longas gadelhas negras como mamangava, lá das canhadas missioneiras, todo pilchado, com seu caronero atravessado sob a rastra, com a guaiaca cheia de pila, com seu chiripá, seu bichará, seu folha de abóbora, mais judiado que jaguara desguaritado e botas de garrão, com belas nazarenas, oitavado à soleira de uma pulperia, pitando seu paiêro, com cara de sorro maleva, charlando com o bolicheiro, um charrua, meio bacudo, mas bispando uma pinguanchita algariada, de cabos negros, mais faceira que guria biguana de vestido novo em dia de quermesse, sentadita sobre uma tulha de buena erva mate de barbaquá ou carrijo e entre uma tragada e outra que dá em seu paiêro, num repente dá uma bispada no seu flete cabano, aporreado, haragano, cheio de balda, que manoteia à sombra de um cinamomo, trocando as orelhas, mais assoleado que baixeiros em quarador, junto a seu fiel cusco caborteiro que bebe água que verteu de uma cacimba, junto a uma coronilha, que tem uma guampa pendurada num dos galhos. Mas bah! Seria uma cena prá lá de macanuda, que deveria ser retratada por Renoir ou Monet. “Me tapo” de bicho e abro o cavalo e num vu, assim de relancina, tomo um chá de sumiço e nem te ligo e vou prosear em outras plagas de minha querência, adonde os baiquaras charlam, mas não chiam ou vou me entreverar num surungo lá na tasca daquela morocha castelhana, que vive rebechada, ali na rua daquele biriva estrupíco e maleva, que varou a buchada de um correntino que se meteu de pinto a galo, que gemeu nas puas e que no soflagrante se desmoronou devagarzito, num manancial puitã que verteu de suas tripas.

E dizem que nós falamos o português, mas bah!


Ah se não falasse!
Só para não suscitar dúvidas: Pau-ferro é um termo usado no RS para se referir a um amigo, aquele que não nos deixa na mão, fiel, companheiro, pau pra toda obra, que é capaz de comprar camorra caso seja necessário. Amigo do peito.