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sexta-feira, 26 de maio de 2017

João-de-barrro





Conta a lenda que o pássaro joão-de-barro, com o coração partido ao descobrir uma traição de sua companheira, fecha a porta de sua casa com barro trancando ali sua parceira para que ela venha a morrer de fome.




Popularizou-se esta história que ouço desde menino. É uma historinha boba e sem veracidade que contam por grande parte do Brasil, pois o referido pássaro ocorre em quase todo o território nacional, menos na Amazônia e em partes do Nordeste, adentrando parte da Bolívia, todo o Paraguai, grande parte, norte e oriental da Argentina e por todo o meu amado Uruguai, ex-Povíncia Cisplatina e antes conhecido como Banda dos Charruas.


Diz outra lenda, que aos domingos e dias santificados o mesmo pássaro não trabalha na construção de sua casinha singular feita de barro, gravetos e grama, em respeito religioso. Que absurda bobagem. Que histeria.

 

Assim surgem as histórias folclóricas, muitas das quais como estas, sem de pé e nem cabeça, desenvolvidas por pessoas que de tão simples chegam a ser simplórias. 


Talvez faça isso não por uma vil vingança e sim por ter encontrado a parceira ou o parceiro morto por algum motivo ou outro e em respeito lacra a portinha de sua casa para conservar intacto seu parceiro e que não seja devorada por algum predador.

 

O joão-de-barro, cujo nome científico é furnarius rufus, que se divide em cinco subespécies é um pássaro que hoje habita até as cidades, aonde constroem suas casas em postes, árvore e até em saliências de prédios, em janelas e convive bem com o temível bicho homem.
 



Muitos por não saberem constroem suas casas sobre as células fotossensíveis da iluminação pública o que mantém algumas lâmpadas acesas, e aí vem o serviço de manutenção e destrói todo o seu longo e extenuante serviço de construção de sua simples, mas engenhosa morada. 


Chamado no Uruguai de “hornero”, de horno, ou seja, forno e em grande parte do Rio Grande do Sul de “forneira” ou “forneirinha”, (aquele que faz o forno), pois sua casinha é igualita a um forno de campanha para assar pães e outros alimentos.

                  Forno de campanha.


O joão-de-barro, também é chamado em algumas regiões de barreiro ou barreirinho.


Esta é a ave símbolo da Argentina, La ave de la Pátria, também chamada como no Uruguai de hornero.

 

Mas tua engenhosidade é tanta que surpreendes os que não te conhecem bem, pois és criativo e como os homens sabes usar o espaço para tuas construções solitárias, geminadas ou em estonteantes prédios verticais o que contradiz que só o bicho-homem é inteligente.

 

Muitas vezes em minhas caminhadas matinais, muitos já acostumados com esse bicho mau que somos, caminham ao meu lado, sorrateiros e por algum motivo interessados. 


Olho-os com ternura, mas eles, mesmo acostumados carregam a desconfiança, pois como todo o animal dito irracional tem receio. Afinal o bicho homem não é confiável e nem todos são pacíficos. Já vi animais humanos tentando chutá-los, massacrá-los pelo simples prazer de fazer o mal.


Quando chegará o dia que esse medo será apagado e que possamos realmente conviver com os animais de forma pacífica e até carinhosa.


Ah, joão-de-barro perdoe os homens, pois é o pior e mais daninho bicho que já caminhou na face da Terra. Perdoe esse bicho ardiloso, mau e covarde.




Enquanto isto forneirinhas, continuarei a admirar tuas construções, continuarei a te achar linda em tuas penas delicadas e monocromáticas e o teu canto estridente, aquele canto que dás quando chegas a tua casinha aonde te espera a tua companheira que freneticamente canta e bate as asinhas, numa alegria contagiante.



Muitos, te confesso hornero, são os bichos humanos que chegam a casa sem dizer uma palavra, sem mostrar alegria e muitas vezes agridem suas companheiras e tem a petulância de te chamar de irracional.

Aliás, muitos nem voltam para casa e tudo abandonam.


Na verdade os irracionais somos nós. Na verdade, “forneirinha”, não há maior irracionalidade do que a humana.







quinta-feira, 18 de maio de 2017

Sandra Mara de los Santos Teixeira





Passou o dia das mães. O que fizemos foi almoçar em uma churrascaria em Canoas, RS, junto a nosso filho Franco e filha Monica, que nos deram a alegria e surpresa de estarem juntos neste dia tão maravilhoso. Infelizmente, por outro compromisso, faltou a presença do caçula, o Fábio.

                       Franco e Monica

                                                                       Fábio

Não fiz uma devida homenagem a esta incrível mulher, minha companheira há mais de 45 anos. Sandrinha, o amor que nos une é publico e não, somente privado. Tudo faria novamente, pois és uma guerreira, inteligente e batalhadora, que todas as homenagens seriam poucas para mensurar o meu bem querer. Por este motivo republico essa homenagem a ti, mulher, mãe, amiga e cúmplice. 

Costanera - Passo de los Libres - Argentina

Puerto Madero - Buenos Aires

Restaurante em Buenos Aires..

 Rosmer Palace Hotel - Cruz Alta - RS

Punta del Leste - Uruguai.

Casa Pueblo - Punta Ballena - Uruguai.

Churrascaria Jardim do Lago - Canoas - RS.

Praia do Laranjal - Pelotas - RS.

Jantar em uma casa de tango - Buenos Aires.

Buenos Aires - Argentina.

                                                       Casa Rosada - Buenos Aires.

 La Biela - Buenos Aires.

                    Casa Rosada - Buenos Aires.

                     Café Il Gatto - Buenos Aires.
La Recoleta - Buenos Aires.
 

                    Hotel Obelisco - Buenos Aires.

Sobre as fotos, a letra da Modinha do grande compositor e cantor Juca Chaves, A Cúmplice.

Clique sobre as fotos para ampliá-las.

Obs: Biela que me refiro acima, é mesmo biela, peça do motor de um automóvel que serve para transmitir movimento, já que tal Café em Buenos Aires, seu nome é La Biela e é todo decorado com peças e fotos de automóveis de corrida. 

















quinta-feira, 4 de maio de 2017

Meu Mundo.




                               Prof. Pedro Teixeira


Construía meu mundo, mas pelo cansaço parei,

Construía meu mundo, mas era tarde, cansei.

Cansei de tentar construir um mundo melhor,

Cansei de ver cada dia pior.



Mas meu mundo não e só meu,

É de todos e meu mundo sofreu.

Dói meu coração,

De ver acabar a ilusão.



Sem ter um mundo feliz,

Com flores, luz e chafariz.

Com borboletas e rouxinóis,

Com pedras, cascatas e caracóis.



Repleto com gente, mas estou só,

E hoje meu mundo dá dó.

De ver morrer a esperança,

Ver no mundo tanta matança.



Queimam florestas e animais,

Matando árvores, matando pardais.

Meu mundo está realmente morrendo,

E muitos sequer nada fazendo.



Fazer o quê? Se tempo não dá.

O tempo se foi, foi muito pra lá.

A esperança morreu,

O rio limpo secou.



O campo verde queimou,

O clima mudou.

A brisa não sopra serena,

A manhã não é mais amena.



A mãe natureza sentenciou,

O homem ao fim condenou.

Chorar não adiante,

Não fará crescer a planta.



Esbravejar menos ainda,

Pois é tarde e a tarde finda.

A noite escura chegou,

O dia cansado passou.



Sonho com o degelo,

Das calotas em pesadelo.

Do urso com fome que morre,

Da corça que pelo bosque não corre.



Pare tudo que eu quero descer,

Da Terra que vai morrer.

No abismo profundo,

Do sonho do vagabundo.


Das armas da soldadesca,

Da explosão gigantesca.

Da criança com fome que chora.

Do pobre que esmola implora.



Pare,

Pare,

Pare.



Pois o meu mundo,

Não é mais o meu mundo.

O mundo da fumaça,

Do frio que vem e não passa.



Do calor abrasador,

Do infeliz pescador.

Que no lago se afogou,

Pois peixes não encontrou.



Os tolos rezam por salvação,

O futuro não tem solução.

Muitos hão de ver,

O que vai acontecer.



Não adiante esbravejar,

Muito menos rezar.

O mundo anda mesmo assim,

Para seu inexorável fim.



A flor murchou,

A alegria cessou.

Sozinho eu estou,

E meu mundo?



Meu mundo acabou.





Prof. Pedro Teixeira